Em coletiva, presidente da CNseg fala sobre o mercado de seguros em 2018 e as expectativas para o novo ano

Em recente entrevista coletiva concedida na sede da confederação das seguradoras no Rio de Janeiro, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, falou sobre o cenário para o mercado de seguros. Sobre 2018, ele enfatizou que a expectativa de faturamento gira em torno de R$ 442,1 bilhões, o que representaria um crescimento nominal de 3,1% em relação a 2017 – ou seja, não haveria um crescimento do setor, mas uma estabilidade nominal que deve ser comemorada face à situação econômica do Brasil.

Marcio acredita que 2019 ainda será um ano desafiador, mesmo que existam previsões otimistas. Num cenário melhor, o setor avançaria 8,4% em relação a 2018; num mais pessimista, esse salto seria de 6,3%, desconsiderando seguro DPVAT. Segundo Marcio, “seja qual for a política que o novo governo implementar, todos os segmentos de seguros serão contemplados, pois o setor faz parte da resiliência das economias em qualquer país do mundo, seja para apoiar a saúde da população, administrar a renda para a aposentadoria, bem como mitigar riscos dos projetos de infraestrutura tão necessários para o crescimento do Brasil”.

Outro ponto abordado na entrevista é que não é mais possível olhar o setor de seguros pela média geral, uma vez que alguns nichos são mais afetados ou beneficiados diante das mudanças econômicas. “O crescimento do PIB, do emprego e da renda são itens essenciais para mover o mercado segurador, bem como a conquista de novos consumidores com produtos inovadores”, destaca Coriolano em sua entrevista.

 A importância do setor de seguro para o Brasil

Em outro trecho da entrevista, Marcio destaca o potencial de crescimento do setor de seguros no Brasil, que é a oitava economia do mundo. No ranking de seguros, porém, aparece na 12ª posição, sendo somente o 45º em arrecadação per capita em seguros. “Isso mostra o tamanho do potencial do setor em avançar para garantir que os projetos da sociedade se concretizem mesmo diante de imprevistos”, destaca. Entre outros números, reforçou o fato de que apenas 30% da frota de veículo nacional possui seguro, 14% das residências têm proteção securitária e somente 24% da população está coberta por plano de saúde privado. “Outros nichos potenciais são de seguro para pequenas e médias empresas”, diz.

Sobre as regulações do mercado de seguros

No mesmo encontro, o diretor técnico da CNseg, Alexandre Leal, falou sobre a agenda regulatória de 2018, entre elas a autorização para venda de seguros por meios remotos e a instalação da comissão de inovação e insurtech. Agora, para 2019, a expectativa gira em torno da regulamentação do seguro garantia para obras, com até 30% do valor garantido por seguros. Em outras oportunidades aqui no blog, já abordei esse tema, destacando que o nosso objetivo é que a lei viabilize um Seguro Garantia realístico e compatível com o que o mercado pode oferecer e que contribua para garantir a entrega de obras e serviços previstos.

Também deram destaque na coletiva ao PL 519/2018, que trata da regulamentação das associações e cooperativas, e está no Congresso Nacional para avaliação. Se aprovado, essas empresas passariam a ser normatizadas e fiscalizadas pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados). Isso significa que as cooperativas atuariam de forma semelhante às seguradoras, incluindo questões como carga tributária, condições econômico-financeiras mínimas e a restrição a oferta de proteção a veículos.